O artista mudou-se para Angola, pois sentiu a necessidade de novos ares, pela “humanização que falta no ocidente”.
Os quatro elementos naturais (terra, fogo, ar e água) sempre foram fonte de inspiração para Miguel Barros, sendo isso bem visível nas suas telas. Em Angola anda pelas selvas, nos matos, em busca do barro perfeito para trabalhar, juntando alguns pigmentos, em especial ao azul, para realçar.
É no Miradouro da Lua que tem como inspiração uma das suas obras. Nela pode ver-se as cores fortes do laranja ao vermelho quente.
As matérias utilizadas por Miguel Barros são simples de obter: “o mar, papel “cavalinho”, terra e caneta bic”. A mistura, apesar de simples, é elaborada.
Começa pela colheita do barro, o “amachucar” do papel, a pintura, o molhar o papel no mar, o enterrar na terra durante alguns dias de forma a obter “firmeza” na tela e textura e, por fim, a secagem ao sol. Nesta exposição com 33 peças, o artista exalta uma das maiores árvores angolanas, o Embondeiro.
Miguel Barros é formado em Design e já fez um pouco de tudo dentro da área, desde professor de Educação Visual a formador de publicidade. Já viu várias das suas obras expostas em Portugal e agora inicia uma nova fase com projectos em Angola. A exposição em Luanda está prevista para Setembro deste ano.
UEA-Digital, Seomara Santos, Fonte Arte e Cultura