Muita Parra e Pouco Sumo na UEA
Entrevista de: Adebayo Vunge
É assim que podemos caracterizar o momento que se vive na União dos Escritores Angolanos (UEA), na medida em que, segundo o Secretário Geral daquela pioneira associação cultural do Angola pós-independência, poucos têm sido os escritores que apresentam obras inéditas para edição e publicação.
Da Mitologia Tradicional ao Universalismo Literário «Eu Sou Um Narrador à Maneira Tradicional»
Entrevista de Aguinaldo Cristóvão
Entre os seus talentos, as letras ocupam lugar privilegiado. Henrique Moutinho Abranches é um angolano que não precisa dizer que tem nacionalidade adquirida. Abriu portas para muitos no mundo da literatura e tem no seu histórico os rótulos de criador do primeiro livro angolano de ficção, de «obrigar» intelectuais a inferir o conceito de realismo animista que se atribui a muitos dos seus livros. A maturidade faz com que escreva obras que considera universais, ao mesmo tempo que reconhece que a literatura angolana já está na idade adulta.
Escritor e o Cidadão «Teria Sido um Bom Futebolista...»
entrevista de Aguinaldo Cristóvão
As interrogações que se colocam fora das formais conversas revelam, geralmente, importantes discussões. Homem de longo currículo e reconhecido «activismo» cultural, Jacques Arlindo dos Santos é dos escritores com quem se pode falar de uma infinidade de temas, pois neles actua. Mas, nesta entrevista, curiosamente, ele revela em dois momentos diferentes que, se pudesse, seria futebolista e depois empresário. Como contraponto, questiona a sobrevivência dos escritores angolanos.
Da Extensão do Conto ao Romance
Entrevista de: Aguinaldo Cristóvão
Que mais pode dar prazer a um escritor do que escrever um livro prevendo factos e, precisamente na altura em que ele é editado, a literatura torna-se realidade. Maria Celestina Fernandes tem esse mérito. A escritora infanto-infantil, como prefere acentuar, nunca escondeu o amor que nutre pelas crianças. Amor esse que a deixa angustiada de ver menores a sofrer, sem a possibilidade de ler um livro, ou, na pior das hipóteses, sem saber ler.
Uanhenga Xitu : O Que Me Preocupa é a Situação Social do Povo
Entrevista de: Ana Lopes de Sá
O meu primeiro contacto com o criador de Tamoda e Kahitu resultou não só nesta conversa, mas principalmente numa Amizade que se prolongou para além dele. Ao longo desta entrevista, sente-se o escritor, o homem de Estado e o mais-velho pronto a partilhar as suas personagens e as suas concretizações de vida, com incursões nos seus textos, em práticas ditas tradicionais ou na sua própria biografia.
Entrevista À Revista Metamorfoses
Sinto-me em Casa na Maior Parte nos Países das CPLP
José Eduardo Agualusa é dos escritores angolanos que mais representa o país em fóruns internacionais onde se fala de cultura e literatura africana. Premiado com uma bolsa de criação pela fundação Calouste Gulbenkian, o autor de A Conjura concedeu, via on-line, uma entrevista exclusiva ao semanário angolano A Capital, que a UEA digital retoma.
Procuro Escrever Sobre a Actualidade Sem Fazer História
Entrevista de: Aguinaldo Cristóvão
O jornalista e o escritor, embora em muito sejam diferentes, podem coabitar no mesmo homem. Ismael Mateus é dos mais conhecidos jornalistas angolanos emergidos na época pós eleitoral. Já tem no mercado dois livros literários e uma colectânea de crónicas difundidas na imprensa luandense. Na conversa, Ismael Mateus reitera que o jornalista é o cronista do seu tempo, e que ainda não se considera um escritor de facto. As explicações vêm a seguir.
O Escritor Assemelha-Se a um Pescador em Alto Mar
Entrevista de: Aguinaldo Cristóvão
Três pensamentos caracterizam e podem resumir a filosofia de vida de Abreu Paxe, escritor angolano que recebeu pelo seu primeiro livro, A Chave no Repouso da Porta, o seu primeiro prémio literário. Para ele não há nada fácil, «tudo é difícil de se fazer». Nesta entrevista, Abreu Paxe explica também a importância da literatura infantil na maturidade de um escritor.
«Todas as Variantes do Português São Bem Vindas na Literatura Angolana»
Entrevista de: Isaquiel Cori
Escritor de múltiplas facetas, cultivando a poesia, a narrativa, o ensaio e a crítica, caracterizando-se por uma permanente intenção de «marcar» o seu tempo, é vê-lo a fazer apresentações de livros e autores, a proferir palestras e a assinar textos em jornais. Jorge Macedo, aos 62 anos de idade, conserva um espírito juvenil, aberto ao diálogo. Na entrevista que poderá ler abaixo, Jorge Macedo fala sobre o futuro da língua portuguesa na literatura angolana, opina a respeito da aparente deslocação do centro de consagração dos escritores angolanos para Portugal e, ainda, sobre o tratamento literário do tema da História de Angola. Como não podia deixar de ser, dá a conhecer os seus, muitos, projectos literários. Mas, na condição de etno-musicólogo, fala também das suas pesquisas musicais relativas à marimba e ao semba. No fim, dá o seu ponto de vista sobre o futuro de Angola em paz, bem como sobre África, este tão sofrido continente.