Sobre a obra, Cármen Lúcia Tindó Secco, Professora Doutora em Línguas Africanas, teceu as seguintes considerações: «Trabalhar o literário, torná-lo denso, bem constituído no ardor das concordâncias, da sintaxe, da beleza poética em que fundo e forma podem se estilhaçar sem ter sua coesão interna abalada, é um aprendizagem que demanda tempo, paciência, múltiplas e ruminadas leituras. Akiz Neto - o crítico e o poeta - caminha, com certeza, nessa direcção, como artesão de uma linguagem corporalmente explosiva, que se quer demolidora, onde o sujeito lírico, romanticamente, acena com gestos figurativos de esperança:
Da mão da criança escuto as vozes de
[África...
As abelhas dançam na porta indivisível da
[pátria
As escolas pálpebras de rios amealhados.
As escolas desmedidas por azo de amor.
Neste livro de poemas de Akiz Neto abrem-se, portanto, olhos e gestos, promessas e utopias que apontam para a consolidação da paz e da pátria, para a constante aprendizagem da vida da poesia».