A literatura africana tem sido objecto de estudo em universidades europeias e americanas. Além dos países de expressão portuguesa que se têm debruçado sobre ela, países como França, Estados Unidos ou Cuba hoje conhecem mais a literatura angolana do que há cinco anos atrás. Entre os escritores e estudiosos de literaturas africanas de expressão portuguesa com que viemos conversando, Michel Laban é dos mais destacáveis.
"Perder a fé em Angola, nunca!"
Escrito por Isaquiel Cori
É uma das vozes femininas que mais se fazem ouvir na literatura angolana. Encantadora e declamadora vibrante, a sua presença é amiúde requisitada nos mais importantes saraus culturais luandenses.
A sua poesia, patente nos dois livros que publicou (Ânsia e Sacrossanto Refúgio), pela força, sinceridade e sensibilidade aguçada que irradia, impôs-se rapidamente e catapultou-a à condição de uma das mais importantes poetisas angolanas. Contestando o rótulo fácil de cultora de uma poesia feminista, afirma, categoricamente, e com toda a verdade, que também canta o choro das crianças, a degradação social e o remetimento dos povos à ignorância. Nascida em Novembro de 1961, em Cabinda, instala-se em Luanda em 1981. É sua opinião que "a poesia angolana está a ganhar cada vez mais o mistério fabuloso da sublimação da palavra e do sonho". E, mais do que nunca, tem a convicção de que Angola terá "um futuro melhor".
Ana Paula Tavares tem olhos grandes e doces. E uma intensidade na escrita que a tornam numa das mais queridas poetisas e escritoras angolanas. Em entrevista por e-mail a partir de Lisboa, onde vive, aborda aspectos da sua escrita e da sua vida. Sem sequência cronológica, com uma leveza que prende, pela profundidade que evidencia.