"Sou um Recoletor de Sonhos e Ecos"
Escrito por Costa AndradeEntrevista de: Aguinaldo Cristóvão
Que adjectivo atribuir a um escritor que, tal como tantos, ainda não se consideram como tal? Que dizer, se a sua poesia surge entrelaçada com a pintura, e a escultura lhe surge como uma consequência necessária de um homem com alargada visão política? Tantas interrogações merecem resposta. Fernando Costa Andrade, que nos últimos anos assina apenas com o pseudónimo "Ndunduma", é membro fundador da União dos Escritores Angolanos. Há escritos segundo os quais ele ajudou na materialização da sua constituição.
"Sou um Homem do Mato"
Escrito por Jacinto de LemosEntrevista de: Isaquiel Cori
Autor de três romances, Jacinto de Lemos é sempre ansiosamente aguardado pelo público. Dono de uma escrita versátil, popular, os seus temas giram em torno da infância e dos conflitos gerados pela crença no feitiço. Undengue (UEA) mereceu, em 1986, menção honrosa no concurso Sonangol. O Pano Preto da Velha Mabunda (INALD, 1999) foi adaptado ao teatro e esgotou-se rapidamente, tornando-se numa raridade bibliográfica. O seu mais recente livro é A Dívida da Peixeira, prémio Sonangol em 2002. Conceição Cristóvão, poeta e ensaísta, escrevendo sobre Jacinto de Lemos disse que «entre os escritores da nova geração temos um verdadeiro «operário» da palavra, um «griot», um prosador de palavra simples, límpida, fluindo como a água da fonte». Jacinto de Lemos, nascido no Bengo aos 21 de Janeiro de 1961, fala, aqui, de si mesmo («sou um homem do mato») e do feiticismo, a sua temática preferencial. Refere-se, igualmente, à sua condição de escritor profissional.
Entrevista de: Isaquiel Cori
António Pompílio é um dos escritores que se revelaram nos anos 90 e cuja obra, poética e ficcional, silenciosamente concita a atenção de uma crítica que infelizmente não vamos tendo. Autor dos livros O sal dos olhos do mar, poesia, UEA, 1997, Simetrias, poesia, UEA, 2004, e Mambelé, novela, UEA, 2005, Pompílio tem, no prelo, Mutudi, a Dama de Ventre de Fogo, que, segundo o próprio, «é um romance de raízes etnolinguísticas que aborda as questões dos rituais fúnebres e obituários existentes em Angola».