ISCED – Universidade Agostinho Neto

Reflectirmos a nossa circunstância passa, necessariamente, pelo inevitável questionar da identidade e da sua conjugação com a alteridade, o que implica, como defende António Custódio Gonçalves, a preocupação com a “identidade humana e a especificidade cultural, a cultura e as culturas, o inconsciente e as práticas, o indivíduo e a sociedade” (1997: 61).

Ler é aprender a conhecer-se a si próprio. Mesmo que o referente nos transporte para outros continentes, outras sociedades, outras épocas

«Je me découvre un jour dans le monde et je me reconnais un seul droit : Celui d’exiger de l’un comportement humain.

Mas os revoltados, mesmo aqueles a quem tudo – a luz do candeeiro e a luz da primavera – dói como uma faca, aqueles que se cortam no ar e nos seus próprios gestos, são a honra da condição humana. Eles são aqueles que aceitaram a imperfeição. E por isso a sua alma é como um grande deserto sem sombras e sem frescura onde o fogo arde sem se consumir. Por: Sophia de Mello Breyner Andersen

O texto vale por si próprio, i. é, vale por aquilo que diz ou sugere, por vezes de forma subreptícia ou agradavelmente subentendida, numa espécie de linguagem segunda, como acontece na poesia.

Segue abaixo a palestra ou, pelo menos, um esboço do que foi dito no dia: 10 de Setembro de 2003

Nos excertos poéticos transcritos nos números anteriores, IX e X, os processos de enlirização elucidam as conclusões teóricas avançadas por Oswal Ducrot

“A transportação” e a “tradução” constituem recursos com que também João Tala enliriza o poema transcrito no número IX desta série de ensaios. O mesmo intitula-se “Se Os Meus Olhos Adormecessem”.

Poetas há que conseguem grandes voos criativos e de significação, recorrendo ao verso métrico. É o que acontece com o poeta brasileiro Nilo Aparecido, no soneto “O Bloqueio” :